Época

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(Nova página: == 1 == :Época é um conceito e uma questão. Como conceito reduz a obra aos seus aspectos formais, seja sob o ponto de vista de estilo, seja sob o ponto de vista do conteúdo. Na suc...)
Linha 8: Linha 8:
== 2 ==
== 2 ==
-
:" História do ser significa destino do ser. Nessas destinações, tanto o destinar quanto o "ser" que se destina retêm-se com a manifestação se si mesmos. Em grego, reter-se equivale a epoché. Por isso se fala da época do destino do ser".(1)  Fica bem claro que época, o reter-se, se refere ao que se dando se guarda, isto é, retém-se como o velado de desvelado. Ao se atentar só para a forma dos estilos ou temas, na caracterização e estudo das obras de arte, o que lhes é essencial não se pensa. Época, em sentido essencial, é sempre destino do ser. Nesse sentido, as obras de arte, como vigência do destino, são sempre inaugurais e só podem ser inaugurais porque justamente elas são epocais, isto é, como destino, não cessam de revelar a realidade dizendo-a de muitas maneiras. Estas maneiras é que são propriamente os estilos, mas que não têm a fonte em si, mas no poder das obras. Nos estilos só enquanto o manifesto nas formas, não se pensa propriamente a epoché, daí a dificuldade de pensar a epoché sem o dar-se. Por isso afirmar aí Ronaldes de Melo e Souza: "Este acontecimento propriamente histórico-ontológico de um dar que somente dá seu dom e a si mesmo se subtrai é o destinar (das Schicken) do evento criptofânico (das Ereignis), a que Heidegger reporta o evento epifânico da Presença (das Sein)."(2)
+
:" História do ser significa [[destino]] do ser. Nessas destinações, tanto o destinar quanto o "ser" que se destina retêm-se com a manifestação se si mesmos. Em grego, reter-se equivale a epoché. Por isso se fala da época do destino do ser".(1)  Fica bem claro que época, o reter-se, se refere ao que se dando se guarda, isto é, retém-se como o velado de desvelado. Ao se atentar só para a forma dos estilos ou temas, na caracterização e estudo das obras de arte, o que lhes é essencial não se pensa. Época, em sentido essencial, é sempre destino do ser. Nesse sentido, as obras de arte, como vigência do destino, são sempre inaugurais e só podem ser inaugurais porque justamente elas são epocais, isto é, como destino, não cessam de revelar a realidade dizendo-a de muitas maneiras. Estas maneiras é que são propriamente os estilos, mas que não têm a fonte em si, mas no poder das obras. Nos estilos só enquanto o manifesto nas formas, não se pensa propriamente a epoché, daí a dificuldade de pensar a epoché sem o dar-se. Por isso afirmar aí Ronaldes de Melo e Souza: "Este acontecimento propriamente histórico-ontológico de um dar que somente dá seu dom e a si mesmo se subtrai é o destinar (das Schicken) do evento criptofânico (das Ereignis), a que Heidegger reporta o evento epifânico da Presença (das Sein)."(2)
Linha 15: Linha 15:
:(2)Idem, p. 14.
:(2)Idem, p. 14.
-
palavras_correlacionadas Destino
+
 
 +
 
 +
== 3 ==
 +
:Consultar: HEIDEGGER, Martin. Os pensadores. Os pré-socráticos. S.Paulo, Abril Cultural, 1978, p. 28. (referência essencial)

Edição de 21h50min de 14 de janeiro de 2009

1

Época é um conceito e uma questão. Como conceito reduz a obra aos seus aspectos formais, seja sob o ponto de vista de estilo, seja sob o ponto de vista do conteúdo. Na sucessão de estilos, a obra é vista enquanto um produto do tempo cronológico e historiográfico. Porém, a obra, sendo uma questão, ela se dá como época a partir do que esta palavra significa: retenção, o que se dando se guarda, suspensão. Do quê? Do que na obra opera enquato no desvelar-se se vela. Por isso, a melhor atitude em relação à obra é considerá-la como lugar, onde este diz a abertura do ser humano, como entre, para o ser. A tal abertura ou lugar se dá o nome de clareira. Época diz sempre clareira. Ver o que se entende por clareira. Consultar o que Heidegger diz no ensaio: "A sentença de Anaximandro" para

ver que a época vai estar relacionada à História.

Referências:
HEIDEGGER, Martin. "A sentença de Anaximandro", in: Pré-socráticos. Col. Os pensadores. S. Paulo, Abril Cultural, 1978, p. 28.


2

" História do ser significa destino do ser. Nessas destinações, tanto o destinar quanto o "ser" que se destina retêm-se com a manifestação se si mesmos. Em grego, reter-se equivale a epoché. Por isso se fala da época do destino do ser".(1) Fica bem claro que época, o reter-se, se refere ao que se dando se guarda, isto é, retém-se como o velado de desvelado. Ao se atentar só para a forma dos estilos ou temas, na caracterização e estudo das obras de arte, o que lhes é essencial não se pensa. Época, em sentido essencial, é sempre destino do ser. Nesse sentido, as obras de arte, como vigência do destino, são sempre inaugurais e só podem ser inaugurais porque justamente elas são epocais, isto é, como destino, não cessam de revelar a realidade dizendo-a de muitas maneiras. Estas maneiras é que são propriamente os estilos, mas que não têm a fonte em si, mas no poder das obras. Nos estilos só enquanto o manifesto nas formas, não se pensa propriamente a epoché, daí a dificuldade de pensar a epoché sem o dar-se. Por isso afirmar aí Ronaldes de Melo e Souza: "Este acontecimento propriamente histórico-ontológico de um dar que somente dá seu dom e a si mesmo se subtrai é o destinar (das Schicken) do evento criptofânico (das Ereignis), a que Heidegger reporta o evento epifânico da Presença (das Sein)."(2)


Referências:
(1)HEIDEGGER, Martin. Citado e traduzido por SOUZA, Ronaldes de Melo e. In: "Revista Tempo Brasileiro", Rio de Janeiro, 95, out.-dez., 1988, p.14.
(2)Idem, p. 14.


3

Consultar: HEIDEGGER, Martin. Os pensadores. Os pré-socráticos. S.Paulo, Abril Cultural, 1978, p. 28. (referência essencial)