Morte
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- “Essencialmente tanatafórico, portador da vida que amadurece a morte dentro de si mesmo, o homem, já de si, é uma ironia suprema, porque o fundo do seu ser se revela sem fundo nem fundamento, sem essência nem substância. À finitude radical ou carência congênita do homem, que o faz participar do duplo domínio do ser e do não-ser ou da vida e da morte, corresponde a linguagem poética da ironia [questão], que não fala nem cala, mas assinala sempre o que não se pode dizer.” (1)
- Ironia forma-se do grego eironeia, proveniente do verbo grego: eiro ou eréo, que significa: perguntar, questionar. Todo questionar questiona porque não sabe e, ao mesmo tempo, porque já sabe (atematicamente), senão nem poderia perguntar. No e pelo perguntar há um krinenin, isto é, um distinguir, ou seja, um diferenciar. Todo questionar pressupõe um diálogo. Portanto, o questionar exercita sempre um criticar, no sentido de diferenciar, pelo e no diálogo. Todo diálogo já é, em si, um exercer diferenças. A ironia nas obras de arte funda explicitamente o diálogo de leitura como um diferenciar e um questionar. O diferenciar já traz em si o levar no entre em que o ser humano já desde sempre está lançado. Portanto, todo humano do ser humano se dá como ironia, porque em vida experiencia a morte e experienciando a morte afirma a vida.
- Referências:
- (1)SOUZA, Ronaldes de Melo e. Introdução à poética da ironia. In: Linha de pesquisa. Revista de Letras da UVA, Rio de Janeiro, Ano 1, out. de 2000.
Ver Também
- Vida