Imagem-questão

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 19h03min de 8 de janeiro de 2009 por Felipe (Discussão | contribs)

1

Para fugir da terminologia retórico-metafísica criei a denominação imagem-questão, ou seja, uma questão (que nós não temos, mas que nos tem) dita, centralizada e condensada na imagem escolhida. Capitu, Mme. Bovary, Dom Quixote, Édipo etc. são imagens-questões. As imagens-questões se entre-tecem com o poder verbal-ambíguo da metá-fora, ou seja, literalmente: um conduzir no e pelo vigor do “entre” (meta). A imagem-questão é ambígua e retira sua ambigüidade do “entre”, na medida em que a linguagem é a própria manifestação do Da-sein com o Entre-ser. O poder e vigor da imagem-questão estão no fato de que conjuga tempo, linguagem, memória, narrar. Por isso ela repousa, como quietude enquanto tempo, “entre” o ser escrita e o ser lida, entre o ser vista, pensada, *figurada* e o ser narrada. Melhor, entre o ser pensada e experienciada. A imagem-questão é um modo concentrado e verbal de poiesis enquanto narrar, pelo qual o real se dá realizando-se em realizações. Como tal, concentra a fala de toda escuta e aguarda o desvelo poético da leitura do leitor aberto à escuta do Logos, num diálogo originário. Quando tal ocorre, dá-se no leitor uma aprendizagem. O que é aprendizagem? A apreensão da “Cura” como fonte de todas as questões que essencialmente fundam o ser humano, o Da-sein, ou seja, o Entre-ser. A imagem-questão não é uma figura de linguagem. É um acontecer.

Ver Também

Entre

Ferramentas pessoais