Proximidade

De Dicionário de Poética e Pensamento

Edição feita às 15h36min de 28 de Dezembro de 2008 por Andre (Discussão | contribs)

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"Com a linguagem, dá-se algo muito estranho: ela faz lembrar o começo precisamente quando apresenta uma diferença, um desdobramento do começo. A palavra só pode ser referência a uma coisa porque traz para a proximidade as coisas, lembrando, ao mesmo tempo, que elas continuam sendo distantes. Como o dia não consegue apagar a noite, a palavra e todo o seu mundo de aproximações não consegue apagar as distâncias, os limites a partir dos quais ela se pronuncia. E é até por isso que toda palavra pede explicações, de que nenhuma palavra consegue ser afinal. Uma palavra só poderia ser final se conseguisse apagar todo vestígio de distanciamento, de limite, de infinição. Uma palavra só poderia ser final se o dia fosse eterno e apagasse para sempre a noite". SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "Para que língua se traduz o Ocidente?". In: O que nos faz pensar. Homenagem a Martin Heidegger. Cadernos do Departamento de Filosofia da PUC-RIO, outubro de 1996, 10, v. I, p. 62.

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"Fora então que Ulisses aparecera casualmente na sua vida. Ele, que se interessara por Lóri apenas pelo desejo, parecia agora ver como ela era inalcançável. E mais: não só inalcançável por ele mas por ela própria e pelo mundo. Ela vivia de um estreitamento no peito: a vida." LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 38.

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