Atributo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 04h14min de 18 de Agosto de 2009 por Jun (Discussão | contribs)
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O que significa ser heideggeriano, deleuziano, gramsciano? Uma cópia, uma imitação, uma reprodução, uma repetição do que alguém disse? Mas será que podemos fazer tudo isso, a não ser formalmente, sem auto-iluminação, ressonância e referência? Pode ocorrer isso, sim, e é o mais frequente. Pensar dá trabalho porque é um conviver em escuta diuturna e noturna com as questões. É um fazer/fazer-se (poíesis) da palavra (lógos): saber/sabedoria. Aprendizado/aprendizagem. A questão do atributo também pode ser vista de uma maneira mais direta quando fazemos uma reflexão sobre a questão da identidade e da diferença. Ela se inscreve na profunda reflexão dos gregos sobre o ón, quando examinam esse ón enquanto "o que é" e "o como é". Tudo isso redundou na questão da proposição, onde "o como é" se dá nos adjetivos, nas qualidades, nos predicativos. Mas então tais qualidades devem ser a manifestação do que cada um já é e "o como é" deve refletir o apropriar-se do que é próprio. Nisto consiste a identidade. Então ser heideggeriano, deleuziano, gramsciano, como se entende normalmente, é uma alienação, porque seria ser guiado no que cada um é por algo que vem de fora, por um copiar e apropriar-se de algo que vem de outro.


- Manuel Antônio de Castro


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Ferramentas pessoais