Representação
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:(1) MERQUIOR, Luiz Guilherme. '' Saudades do carnaval''. Rio de Janeiro: Forense, 1972, p. 124. | :(1) MERQUIOR, Luiz Guilherme. '' Saudades do carnaval''. Rio de Janeiro: Forense, 1972, p. 124. | ||
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+ | :(1) FREITAG, Bárbara. ''A teoria crítica ontem e hoje''. São Paulo: Brasiliense, 1986, segundo momento, p. 43. |
Edição de 13h31min de 27 de Dezembro de 2008
Tabela de conteúdo |
Coisa
- O conceito de representação tem muitos aspectos, mas um se torna fundamental com o advento da ciência: "O que a ciência faz ao tornar o cântaro com vinho por uma cavidade com líquido não é propriamente falso, é apenas exato. Mas, com isso, falamos do ser da coisa cântaro? Do ponto de vista da experiência originária da coisa, uma cavidade com líquido nunca é um cântaro com vinho. Nesse sentido, o saber representativo, ao invés de mostrar a coisa, acaba por escondê-la e anulá-la." (1)
- Referência:
- (1) MICHELAZZO, José Carlos. Do um como princípio ao dois como unidade. S. Paulo: Annablume, 1999, pp. 184-5.
Objeto
- Este é um dos conceitos mais difíceis quanto ao vigor da representação ou à sua proveniência. Martin Heidegger dá uma visão que radica no destinar-se; "E somente o que já se destinou a uma representação objetivante torna acessível, como objeto, o histórico da historiografia, isto é, de uma ciência." (1)
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: Ensaios e conferências. Petrópolis, Vozes, 2002, p. 27.
Arte
- Ernesto Grassi(1) trata a arte como representação, a partir do conceito aristotélico de mimesis. E não se detém na questão filosófica de Aristóteles. Mas quando chega na questão de relacionar arte/mundo surge a questão histórica da interpretação da obra a partir do seu mundo. E aí questiona a validade do conceito de representação. Então utiliza o conceito de representação em mais de um sentido. E problematiza mais a imagem como representação quando examina a arte gótica, onde a imagem não representa: "... não é cópia ou reprodução ou retrato - é algo em si. A imagem é algo de próprio em substância e significado, em aparência e aspecto," (2) Ou seja, cai o conceito de representação. Daí: "Todavia, a espiritualização ocidental de tudo quanto é humano, levada a efeito e atestada pela arte gótica, remonta a um novo mito universal que alicercou uma nova representação do homem: a doutrina cristã." (3) Quando não se enfrenta a representação do ponto de vista filosófico gera-se esse impasse. O uso da palavra representação gera contradições.
- Referência:
- (1) GRASSI, Ernesto. Arte e Mito. Lisboa: Livros do Brasil, s/d, p. 178.
- (2) Idem, p. 179.
- (3) Idem, p. 179.
Papel epistemológico
- Uma compreensão profunda da representação e do seu papel epistemológico, o que implica num duplo simulacro, está bem caracterizado na passagem de Ronaldes de Melo e Souza: "O confinamento das relações vitais se consuma na clausura do presente único da comparência, iludindo-se a presencialização da presença das coisas enquanto coisas ainda não destruídas pela representação desintegradora da subjetividade." (1) É necessário ver o restante do parágrafo porque é muito esclarecedor.
- Referência:
- (1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. In: Revista Tempo Brasileiro. Rio: 94, jul.-set., 1988, p. 72.
Ensaios e conferências
- Cf. HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, pp. 48, 52, 53, 54, 55.
Heráclito
- Cf. HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, p. 129.
Chemins
- Cf. HEIDEGGER, Martin. Chemins. Paris: Gallimard, 1962, p. 53.
A origem da obra de arte
Cf. HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Manuel Antônio de Castro e Idalina Azevedo da Silva. Acessível para uso acadêmico em: [www.travessiapoetica.blogspot.com]. Parágrafo: 148.
A essência do fundamento
- Cf. HEIDEGGER, Martin. A essência do fundamento. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 23. Aí faz a relação com Ser e tempo e com a clareira enquanto verdade.
Dissimulação
- A questão da representação é complexa quando vista não apenas do ponto de vista racional mas também ético. Nesse sentido, Luiz Guilherme Merquior(1) faz uma observação importante em seu livro Saudades do carnaval. Na relação natureza/razão há a questão da dissimulação. Ver esta questão.
- Referência:
- (1) MERQUIOR, Luiz Guilherme. Saudades do carnaval. Rio de Janeiro: Forense, 1972, p. 124.
Razão
- A representação provém da interpretação metafísica e moderna do real, através da razão. Essa concepção da razão está bem expicada nA representação provém da interpretação metafísica e moderna do real, através da razão. Essa concepção da razão está bem expicada no livro de Bárbara Freitag A teoria crítica ontem e hoje (1).Mas também a dialética é metafísica. Ver, por isso, também o item a partir da p. 34. Nesse tópico discute a razão e é fundamental para a compreensão da razão na modernidade. Também entra aí o dado da compreensão que surge com as ciências históricas.
- Referência:
- (1) FREITAG, Bárbara. A teoria crítica ontem e hoje. São Paulo: Brasiliense, 1986, segundo momento, p. 43.