Meditação

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:Fernando Sabino, no livro ''O grande mentecapto'', nos descreve o personagem Viramundo entrando em uma igreja para meditar. Dentro da igreja, pergunta-se: meditar o quê? Quando assim pergunta, jamais poderá meditar, porque parte do pressuposto de que somos nós que meditamos, que chegamos e alcançamos "o que" vai ser meditado. Aí nunca haverá meditação, pois meditar é deixar-se ser possuído pelo [[mistério]], pelas questões, é abandonar-se ativamente à invasão e à posse das e pelas questões. Elas, se meditarmos, se aproximarão silenciosas e subreptícias tomando posse de nós no [[silêncio]] e [[repouso]] pleno de [[fala]] e [[sentido]]. É o agir ético-poético do silêncio. Sua [[etimologia]] é a raiz indo-européia ''med-'', com o sentido de pausar, refletir, medir, pesar, julgar e cuidar de, a mesma que originou a palavra médico.
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:Fernando Sabino, no livro ''O grande mentecapto'', descreve-nos o personagem Viramundo entrando em uma [[igreja]] para meditar. Dentro da igreja, pergunta-se: meditar o quê? Quando assim pergunta, jamais poderá meditar, porque parte do pressuposto de que somos nós que meditamos, que chegamos e alcançamos "o que" vai ser meditado. Aí nunca haverá meditação, pois meditar é deixar-se ser possuído pelo [[mistério]], pelas questões, é abandonar-se ativamente à invasão e à posse das e pelas questões. Elas, se meditarmos, se aproximarão silenciosas e subreptícias tomando posse de nós no [[silêncio]] e [[repouso]] pleno de [[fala]] e [[sentido]]. É o agir ético-poético do silêncio. Sua [[etimologia]] é a raiz indo-europeia ''med-'', com o sentido de pausar, refletir, medir, pesar, julgar e cuidar de, a mesma que originou a palavra médico.
:- [[Manuel Antônio de Castro]]
:- [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 18h30min de 22 de março de 2009

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Fernando Sabino, no livro O grande mentecapto, descreve-nos o personagem Viramundo entrando em uma igreja para meditar. Dentro da igreja, pergunta-se: meditar o quê? Quando assim pergunta, jamais poderá meditar, porque parte do pressuposto de que somos nós que meditamos, que chegamos e alcançamos "o que" vai ser meditado. Aí nunca haverá meditação, pois meditar é deixar-se ser possuído pelo mistério, pelas questões, é abandonar-se ativamente à invasão e à posse das e pelas questões. Elas, se meditarmos, se aproximarão silenciosas e subreptícias tomando posse de nós no silêncio e repouso pleno de fala e sentido. É o agir ético-poético do silêncio. Sua etimologia é a raiz indo-europeia med-, com o sentido de pausar, refletir, medir, pesar, julgar e cuidar de, a mesma que originou a palavra médico.


- Manuel Antônio de Castro
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