Exatidão

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Plantas e animais estão ''na'' mobilidade, e, em verdade, mesmo quando estão parados e repousam. Repouso é um gênero de movimento; só o móvel pode repousar. Não faz sentido falar de um [[número]] '3 que repousa'. Porque plantas e animais - seja em repouso ou em movimento - estão ''no'' movimento, eles não estão só em ''movimento'', mas ''são'' na mobilidade" (1). Por que o número não repousa? O número é a medida da [[representação]] enquanto exatidão. Toda exatidão pressupõe a possibilidade da transformação em números. Basta pensar a realidade virtual tão presente hoje em dia em nossas vidas. Representar é determinar, estabelecer os limites e formas conceituais enquanto passíveis de exatidão, ou seja: ser conceitualmente, ser como representação. Porém, os animais e plantas, todos os entes, "[...] estão ''no'' movimento, eles não estão só em ''movimento'', mas ''são'' na mobilidade". A possibilidade da exatidão está na possibilidade do número enquanto [[limite]] e [[forma]]. As representações - estabelecidas pelos conceitos enquanto estes podem ser veri-ficados na sua exatidão - ''não são'' na ''[[mobilidade]]'', só nas representações. Ao contrário dos conceitos e representações, as questões nos jogam e ''são'' na mobilidade de cada sendo. Por isso as representações pode ter uma identidade que pode ser repetida, multiplicada. Numa obra de arte, o suporte pode ser multiplicado, mas a obra enquanto obra não pode ser reproduzida, porque não é conceitual. Apreender a obra de arte enquanto ''[[ser|é]]'' na mobilidade é dialogar com a obra. Todo diálogo essencial ''é'' em movimento, ou seja, no ''operar'' da obra.
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:"Plantas e animais estão ''na'' mobilidade, e, em verdade, mesmo quando estão parados e repousam. Repouso é um gênero de movimento; só o móvel pode repousar. Não faz sentido falar de um [[número]] '3 que repousa'. Porque plantas e animais seja em repouso ou em movimento estão ''no'' movimento, eles não estão só em ''movimento'', mas ''são'' na mobilidade" (1). Por que o número não repousa? O número é a medida da [[representação]] enquanto exatidão. Toda exatidão pressupõe a possibilidade da transformação em números. Basta pensar a realidade virtual tão presente hoje em dia em nossas vidas. Representar é determinar, estabelecer os limites e formas conceituais enquanto passíveis de exatidão, ou seja: ser conceitualmente, ser como representação. Porém, os animais e plantas, todos os entes, "[...] estão ''no'' movimento, eles não estão só em ''movimento'', mas ''são'' na mobilidade". A possibilidade da exatidão está na possibilidade do número enquanto [[limite]] e [[forma]]. As representações - estabelecidas pelos conceitos enquanto estes podem ser veri-ficados na sua exatidão - ''não são'' na ''[[mobilidade]]'', só nas representações. Ao contrário dos conceitos e representações, as questões nos jogam e ''são'' na mobilidade de cada sendo. Por isso as representações pode ter uma identidade que pode ser repetida, multiplicada. Numa obra de arte, o suporte pode ser multiplicado, mas a obra enquanto obra não pode ser reproduzida, porque não é conceitual. Apreender a obra de arte enquanto ''[[ser|é]]'' na mobilidade é dialogar com a obra. Todo diálogo essencial ''é'' em movimento, ou seja, no ''operar'' da obra.

Edição de 23h00min de 16 de Agosto de 2009

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"Plantas e animais estão na mobilidade, e, em verdade, mesmo quando estão parados e repousam. Repouso é um gênero de movimento; só o móvel pode repousar. Não faz sentido falar de um número '3 que repousa'. Porque plantas e animais – seja em repouso ou em movimento – estão no movimento, eles não estão só em movimento, mas são na mobilidade" (1). Por que o número não repousa? O número é a medida da representação enquanto exatidão. Toda exatidão pressupõe a possibilidade da transformação em números. Basta pensar a realidade virtual tão presente hoje em dia em nossas vidas. Representar é determinar, estabelecer os limites e formas conceituais enquanto passíveis de exatidão, ou seja: ser conceitualmente, ser como representação. Porém, os animais e plantas, todos os entes, "[...] estão no movimento, eles não estão só em movimento, mas são na mobilidade". A possibilidade da exatidão está na possibilidade do número enquanto limite e forma. As representações - estabelecidas pelos conceitos enquanto estes podem ser veri-ficados na sua exatidão - não são na mobilidade, só nas representações. Ao contrário dos conceitos e representações, as questões nos jogam e são na mobilidade de cada sendo. Por isso as representações pode ter uma identidade que pode ser repetida, multiplicada. Numa obra de arte, o suporte pode ser multiplicado, mas a obra enquanto obra não pode ser reproduzida, porque não é conceitual. Apreender a obra de arte enquanto é na mobilidade é dialogar com a obra. Todo diálogo essencial é em movimento, ou seja, no operar da obra.


- Manuel Antônio de Castro


(1) HEIDEGGER, Martin. "A essência e o conceito de phýsis em Aristóteles - Física B, 1 (1939). In: ______. Marcas do caminho. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 259.
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