Recolher
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : "Não podemos [[limitar]] a [[linguagem]] à [[fala]], pois ficar em [[silêncio]] é já [[radicar]] na máxima [[potencialidade]] da [[linguagem]] de todo [[sentido]] e [[fala]]. Ficar em [[silêncio]] é [[recolher-se]] ao [[ser]], ao [[silêncio]] enquanto [[nada criativo]], de onde surge a [[compreensão]], radicada, portanto, em uma [[abertura]] de [[pré-compreensão]], advinda no [[silêncio]] vigoroso do [[sentido]] do [[ser]]. [[Ser]] é deixar-se tomar pelo [[vigorar]] do [[silêncio]]" (1). Temos no [[verbo]] [[recolher-se]] o mesmo que [[recolher]]. A [[mudança]] está em quem pratica a [[possível]] [[ação]] do [[recolher]]. No [[recolher-se]] temos um [[verbo]] reflexivo, com uma [[diferença]]. Em [[recolher-se]] a [[ação]] vigora no [[ser]]. Neste caso a noção gramatical de reflexivo não dá conta do que diz [[recolher-se]], uma vez que a [[fonte]] do [[agir]] não está no [[sujeito]], mas no [[ser]]. [[Acolher]] o [[agir]] do sentido do [[ser]] é o [[recolher-se]]. E isto depende de quem se recolhe. Há um [[agir]] e um não agir, pois neste caso o [[sujeito]] [[é]] o [[ser]]. | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Liberdade, vontade e uso de drogas”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 271. |
Edição atual tal como 01h35min de 12 de fevereiro de 2020
1
- "A palavra recolher se compõe de dois prefixos, re- e cum- (co-) e do verbo legere, em latim, e legein, em grego. E o que dizem? Pôr e depor, reunir, dizer, mundificar. Já o prefixo re- diz o tornar a fazer, e o prefixo com- diz o tornar comum, manifestar a unidade. Portanto, recolher é reconstituir a unidade. Esta unidade é que se mostra no diá-logo, pois de legein formou-se a palavra logos, que é o radical de diálogo. Todo diálogo diz o deixar vigorar a diferença, a identidade, o mesmo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: NOYAMA, Samon (org.). O sagrado, a arte e a família. São Paulo: Editora LiberArs, 2011, p. 39.
2
- "Não podemos limitar a linguagem à fala, pois ficar em silêncio é já radicar na máxima potencialidade da linguagem de todo sentido e fala. Ficar em silêncio é recolher-se ao ser, ao silêncio enquanto nada criativo, de onde surge a compreensão, radicada, portanto, em uma abertura de pré-compreensão, advinda no silêncio vigoroso do sentido do ser. Ser é deixar-se tomar pelo vigorar do silêncio" (1). Temos no verbo recolher-se o mesmo que recolher. A mudança está em quem pratica a possível ação do recolher. No recolher-se temos um verbo reflexivo, com uma diferença. Em recolher-se a ação vigora no ser. Neste caso a noção gramatical de reflexivo não dá conta do que diz recolher-se, uma vez que a fonte do agir não está no sujeito, mas no ser. Acolher o agir do sentido do ser é o recolher-se. E isto depende de quem se recolhe. Há um agir e um não agir, pois neste caso o sujeito é o ser.
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Liberdade, vontade e uso de drogas”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 271.