Ser-com

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:(1) JARDIM, Antônio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7 letras, 2005, p. 53.
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:O que é o ser nunca está (no sentido do que se constitui, se põe dispondo-se) num conceito ou idéia distante, atemporal, atópico e, ao mesmo e pelo mesmo tempo, está no já aberto do dis-por-se. Isto implica uma profunda e essencial tensão. A dinâmica do ser é estar, o que quer dizer, ser é e não-é estando. O [[não-ser]] de estando é muito semples de compreender. De um lado, o estar só é estar na confluência de tempo e espaço se distendendo pelo qual o tempo e espaço presente se torna constantemente presentificado, enquanto lugar e mundo. Daí surge uma tensão no estar que, por outro lado, diz que o presentificado já não é o presentificante (presente), pois o ontem em relação a hoje é "um outro". Somos continuamente o mesmo e um outro, ou seja, um ontem do amanhã. Isso é o ser e o não-ser. Esse "E" é o "entre" como caminho. Este é e não é porque está não-estando. Então o mesmo só pode ser o mesmo porque é um outro sendo no ser e não-ser o mesmo. O mesmo e "um outro" é a identidade em seu vigor de diferença. "O outro" só é um outro porque o mesmo que cada um é já implica ser "um outro". É o "um outro" do mesmo que permite que "o outro" seja o outro do "um outro" que eu já desde sempre sou. O outro de um outro emerge na força e vigor do diálogo. Este vige na linguagem como o mesmo do silêncio. É que o diálogo só é diálogo pelo vigor do logos.

Edição de 18h06min de 9 de janeiro de 2009

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Um outro caminho de entender o ser-com além do diálogo é uma reflexão sobre Unidade a partir do fragmento III de Parmênides. "Pois o mesmo é ser e pensar", e do fragmento 50 de Heráclito: "Auscultando não a mim mas ao logos, é sábio concordar que tudo é um". Antônio Jardim desenvolve essa problemática tematizando a questão da Unidade. E assim afirma: "Uma unidade se caracteriza basicamente enquanto unidade, seja ela originária ou não. Uma unidade é irrepetível no outro, ela não se expõe à dinâmica da igualdade. Uma unidade só é igual a si mesma. É a partir desse ser igual a si mesma que ela é concomitantemente exigência de um outro, de uma outa unidade. Pois só podemos falar em unidade e identidade concreta a partir da tensão identidade/diferença. A unidade é a insuficiência precisa do outro, de outras unidades manifesta pela suficiência só é igual a si mesma" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antônio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7 letras, 2005, p. 53.


2

O que é o ser nunca está (no sentido do que se constitui, se põe dispondo-se) num conceito ou idéia distante, atemporal, atópico e, ao mesmo e pelo mesmo tempo, está no já aberto do dis-por-se. Isto implica uma profunda e essencial tensão. A dinâmica do ser é estar, o que quer dizer, ser é e não-é estando. O não-ser de estando é muito semples de compreender. De um lado, o estar só é estar na confluência de tempo e espaço se distendendo pelo qual o tempo e espaço presente se torna constantemente presentificado, enquanto lugar e mundo. Daí surge uma tensão no estar que, por outro lado, diz que o presentificado já não é o presentificante (presente), pois o ontem em relação a hoje é "um outro". Somos continuamente o mesmo e um outro, ou seja, um ontem do amanhã. Isso é o ser e o não-ser. Esse "E" é o "entre" como caminho. Este é e não é porque está não-estando. Então o mesmo só pode ser o mesmo porque é um outro sendo no ser e não-ser o mesmo. O mesmo e "um outro" é a identidade em seu vigor de diferença. "O outro" só é um outro porque o mesmo que cada um é já implica ser "um outro". É o "um outro" do mesmo que permite que "o outro" seja o outro do "um outro" que eu já desde sempre sou. O outro de um outro emerge na força e vigor do diálogo. Este vige na linguagem como o mesmo do silêncio. É que o diálogo só é diálogo pelo vigor do logos.