Produção

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Produção é, em última análise, trazer à presença o que ainda não é presente. Assim, produzir é mais que um dispositivo técnico. Não é somente fabricar. Mesmo a ''phýsis'', a natureza, nesse sentido, produz. Aquilo que se apresenta na natureza é pro-dução. A flor quando se abre é pro-dução. A produção, portanto,  não se constitui necessária e essencialmente a partir da utilidade, da demonstração a priori ou da [[finalidade]].  Que utilidade pode haver no fato de uma flor se abrir, senão nos trazer à presença a desvinculação entre a abertura para o que de essencial existe no produzir e a ideia mais comum de produção, como finalidade instrumental? Produzir é [[desvelar]], é fazer com que algo chegue do [[oculto]] ao não-oculto, do [[velamento]] ao desvelamento. Produzir é, ontologicamente, produzir o que os gregos entendiam por ajlhvqeia, desocultação, enfim, [[verdade]]" (1).
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:"Produção é, em última análise, trazer à presença o que ainda não é presente. Assim, produzir é mais que um dispositivo técnico. Não é somente fabricar. Mesmo a ''phýsis'', a natureza, nesse sentido, produz. Aquilo que se apresenta na natureza é pro-dução. A flor quando se abre é pro-dução. A produção, portanto,  não se constitui necessária e essencialmente a partir da utilidade, da demonstração a priori ou da [[finalidade]].  Que utilidade pode haver no fato de uma flor se abrir, senão nos trazer à presença a desvinculação entre a abertura para o que de essencial existe no produzir e a ideia mais comum de produção, como finalidade instrumental? Produzir é [[desvelar]], é fazer com que algo chegue do [[oculto]] ao não-oculto, do [[velamento]] ao desvelamento. Produzir é, ontologicamente, produzir o que os gregos entendiam por ''alétheia'', desocultação, enfim, [[verdade]]" (1).

Edição de 16h59min de 18 de Abril de 2014

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"Produção é, em última análise, trazer à presença o que ainda não é presente. Assim, produzir é mais que um dispositivo técnico. Não é somente fabricar. Mesmo a phýsis, a natureza, nesse sentido, produz. Aquilo que se apresenta na natureza é pro-dução. A flor quando se abre é pro-dução. A produção, portanto, não se constitui necessária e essencialmente a partir da utilidade, da demonstração a priori ou da finalidade. Que utilidade pode haver no fato de uma flor se abrir, senão nos trazer à presença a desvinculação entre a abertura para o que de essencial existe no produzir e a ideia mais comum de produção, como finalidade instrumental? Produzir é desvelar, é fazer com que algo chegue do oculto ao não-oculto, do velamento ao desvelamento. Produzir é, ontologicamente, produzir o que os gregos entendiam por alétheia, desocultação, enfim, verdade" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 88.