Produção

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Produção é, em última análise, trazer à presença o que ainda não é presente. Assim, produzir é mais que um dispositivo técnico. Não é somente fabricar. Mesmo a ''phýsis'', a natureza, nesse sentido, produz. Aquilo que se apresenta na natureza é pro-dução. A flor quando se abre é pro-dução. A produção, portanto,  não se constitui necessária e essencialmente a partir da utilidade, da demonstração a priori ou da [[finalidade]].  Que utilidade pode haver no fato de uma flor se abrir, senão nos trazer à presença a desvinculação entre a abertura para o que de essencial existe no produzir e a ideia mais comum de produção, como finalidade instrumental? Produzir é [[desvelar]], é fazer com que algo chegue do [[oculto]] ao não-oculto, do [[velamento]] ao desvelamento. Produzir é, ontologicamente, produzir o que os gregos entendiam por ''alétheia'', desocultação, enfim, [[verdade]]" (1).
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: "Produção é, em última análise, trazer à presença o que ainda não é presente. Assim, produzir é mais que um dispositivo técnico. Não é somente fabricar. Mesmo a ''phýsis'', a natureza, nesse sentido, produz. Aquilo que se apresenta na natureza é pro-dução. A flor quando se abre é pro-dução. A produção, portanto,  não se constitui necessária e essencialmente a partir da utilidade, da demonstração a priori ou da [[finalidade]].  Que utilidade pode haver no fato de uma flor se abrir, senão nos trazer à presença a desvinculação entre a abertura para o que de essencial existe no produzir e a ideia mais comum de produção, como finalidade instrumental? Produzir é [[desvelar]], é fazer com que algo chegue do [[oculto]] ao não-oculto, do [[velamento]] ao desvelamento. Produzir é, ontologicamente, produzir o que os gregos entendiam por ''alétheia'', desocultação, enfim, [[verdade]]" (1).
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 88.
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: (1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 88.
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: "A [[cultura]] [[moderna]] ganhou um caráter econômico. Sobretudo nos [[países]] que fazem dela um ''soft [[power]]'', instrumento de influência através do [[consumo]] [[global]]. [[Países]] como os Estados Unidos exercem seu [[poder]] internacional graças ao [[poder]] de sua [[cultura]] espalhada pelas [[nações]] de todos os continentes. Através da [[produção]] cinematográfica, uma de suas mais poderosas armas, os americanos vendem ao [[mundo]] seus [[produtos]], desde geladeira e automóvel até a própria [[forma]] de [[viver]]" (1).
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: (1) DIEGUES, Cacá. "Cultura como economia". In: Jornal ''O Globo'', 1o. Caderno, p.3, Segunda-feira, 20-08-2018.

Edição de 01h45min de 21 de Agosto de 2018

1

"Produção é, em última análise, trazer à presença o que ainda não é presente. Assim, produzir é mais que um dispositivo técnico. Não é somente fabricar. Mesmo a phýsis, a natureza, nesse sentido, produz. Aquilo que se apresenta na natureza é pro-dução. A flor quando se abre é pro-dução. A produção, portanto, não se constitui necessária e essencialmente a partir da utilidade, da demonstração a priori ou da finalidade. Que utilidade pode haver no fato de uma flor se abrir, senão nos trazer à presença a desvinculação entre a abertura para o que de essencial existe no produzir e a ideia mais comum de produção, como finalidade instrumental? Produzir é desvelar, é fazer com que algo chegue do oculto ao não-oculto, do velamento ao desvelamento. Produzir é, ontologicamente, produzir o que os gregos entendiam por alétheia, desocultação, enfim, verdade" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 88.


2

"A cultura moderna ganhou um caráter econômico. Sobretudo nos países que fazem dela um soft power, instrumento de influência através do consumo global. Países como os Estados Unidos exercem seu poder internacional graças ao poder de sua cultura espalhada pelas nações de todos os continentes. Através da produção cinematográfica, uma de suas mais poderosas armas, os americanos vendem ao mundo seus produtos, desde geladeira e automóvel até a própria forma de viver" (1).


Referência:
(1) DIEGUES, Cacá. "Cultura como economia". In: Jornal O Globo, 1o. Caderno, p.3, Segunda-feira, 20-08-2018.