Nada

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 15h30min de 28 de Dezembro de 2008 por Andre (Discussão | contribs)

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"O poeta, em seu canto, próximo à Terra Natal, desfia a alegria a troco de Nada. Isso é contradizer-se, jogar no Vazio ou meditar extra-vagâncias? Devagar, vagando se descobre a falta-que-faz, o fazer-que-falta: cercando o eixo das rodas com raios, se descobre que a utilidade da roda consiste no seu Nada; escavando-se a argila para modelar vasos, descobre-se que a utilidade dos vasos está no seu Nada; abrindo-se portas e janelas para que haja um quarto, descobre-se que a utilidade do quarto está no seu Nada. Por isso, parafraseando Lao-Tzu, em seu fragmento XI, do Tao Te King, pode-se dizer que enquanto nos aproximamos do fazer, o que não é feito se aproxima de nós".


Referência:
ALBERNAZ, Maria Beatriz. Paidéia poética na cidade sitiada - um estudo de Clarice Lispector. Tese de doutorado, 2006. Faculdade de letras da UFRJ. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura. Área de Poética.


2

Conferir as considerações de João Guimarães Rosa em Tutaméia (1).


Referência:
(1) ROSA, João Guimarães. Tutaméia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1967, p. 5.


3

"P - O vazio é então a mesma coisa que o nada, isto é, o vigor que procuramos pensar como o outro de toda vigência e de toda ausência? J - De certo... Para nós, o vazio é o nome mais elevado para se designar o que o senhor quer dizer com a palavra ser..." Cf. HEIDEGGER, Martin. De uma conversa sobre a linguagem entre um japonês e um pensador. In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 87.

4

"Através de seus graves defeitos - que um dia ela talvez pudesse mencionar sem se vangloriar - é que chegara agora a poder amar. Até aquela glorificação: ela amava o Nada. A conscidência de sua permanente queda humana a levava ao amor do Nada." LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 25.

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