Literatura

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 02h02min de 19 de março de 2011 por Fábio (Discussão | contribs)

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"Muitos são ainda os que misturam duas coisas, embora interligadas, bastante diferentes: tendem a confundir o que é literatura com o que se faz com a literatura. Claro que a literatura, por ser o que é, se presta a várias funções, o que não pode é ser reduzida a isso e muito menos justificá-la a partir disso" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético - a história literária. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 67.


Ver também:


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"Tanto a estética como a teoria literária já devem saber, de antemão, o que é arte e o que é poesia, para então poder encontrar, tratar ou julgar certas obras, como de arte, e certos versos, como um poema. E à medida em que ignorarem tal modo de ser, será a medida em que não sabem o que fazem. É por isso que se afanam tanto com discussões sobre as muitas gêneses, a autoria e a assinatura de obras e poemas. Assim é por nos acharmos tão enleados nas tramas que as representações do saber moderno tecem em torno da vida, que temos tamanha dificuldade de nos desvencilhar de tantas respostas e pensar a experiência radical da vida, propiciada pela simplicidade de um viver originário" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega". In: Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 132.


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"Literatura pode ser definida como formação porque con-figura, dá forma ao acontecer da forma, ao acontecer da compreensão, ou seja, a uma mudança de foco em que o olhar, a escuta seguem o acontecer de um aparecer das coisas, das situações, dos carcteres, seguem o seu vir ao mundo" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. Bildung e literatura. In: MEES, Leonardo e PIZZOLANTE, Romulo (orgs). O presente do filósofo. Rio de Janeiro: Mauad, 2008, p. 45.

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"Mas a literatura nunca é uma preocupação apenas nacional. O escritor que se recolhe e antes de mais nada empreende uma viagem para dentro de si mesmo haverá de descobrir ao longo dos anos a regra eterna da literatura: é preciso ter o talento de contar as próprias histórias como se fossem histórias dos outros, e contar as histórias dos outros como se fossem suas, porque isso é a literatura. Mas antes é preciso viajar pelas histórias e pelos livros de outros" (1).


Referência:
(1) PAMUK, Orhan. A maleta de meu pai. São Paulo: Cia. das Letras, 2007, 19.