Intérprete

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 19h06min de 19 de Dezembro de 2008 por Fábio (Discussão | contribs)
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A obra nos pro-põe um saber e um não-saber, um limite e um ilimitado, um corpo como disputa de terra e mundo. O intérprete parte do saber, do todo da obra enquanto estrutura da obra em rede. Mas não pode ficar aí, deve articular o saber com o não-saber porque a obra não é um objeto, um utensílio. Na interpretação compreensiva e dialogal, o intérprete ao interpretar deve necessariamente se interpretar. Pois em toda compreensão e diálogo quem fala é sempre o logos, enquanto mundo, memória e liberdade.


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Normalmente só consideramos intérprete o leitor de obras de diferentes manifestações artísticas. No entanto, ele é uma figura muito antiga, pois já havia os intérpretes de sonhos e de sinais do destino. São os áuspices ou áugures, adivinhos do destino. Nesta ótica é importante ver o que Platão diz no diálogo Fedro sobre as manifestações da loucura (os adivinhos, possuídos por um poder estranho, eram considerados loucos, mas em sentido positivo). O importante também a perceber é a relação do intérprete com o jogo do destino também nas obras de arte, porque todo obra de arte é uma manifestação do destino.