Rede
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 23h50min de 26 de Dezembro de 2008 por Patricia Marouvo (Discussão | contribs)
Diálogo
- A questão do diálogo é central a tudo que diz respeito à língua e à linguagem e, automaticamente, aos discursos, aos textos e às obras. Isto é assim porque o ser humano é essencialmente um diálogo. A questão do diálogo deve ir paulatinamente substituindo alguns termos deficientes e tornados jargões, porque dependentes de visões metafísicas dos processos. Sobretudo estão neste caso três: código, sistema e paradigma. Em seu lugar devem ser usados os termos-questões: rede, corpo e leitura. Porém, a substituição nada traz em si. É necessário conceber estes termos-questões como tendo sua origem no diálogo, ou na verdade, diálogos. Diz Capra: "Todo sistema se parece muito mais com uma rede, mais com pessoas falando [uma das formas de diálogo] umas com as outras... Pouco a pouco, os imunologistas têm sido forçados a mudar sua percepção de um sistema imunológico para uma rede imunológica (1). Nesse sentido de rede, cada discurso é um diálogo em rede não só de quem "discursa" mas também das "palavras" e "falas". Contudo, se o discurso só se compõe de conceitos, palavras, proposições, e não de diálogo profundo nem de escuta verdadeira, ele se reduz ao código da circulação comunicativa, a partir das falas do discurso, sem levar em conta os buracos e o silêncio da rede, nem levar em conta, para aquém dos conceitos, as questões inerentes ao discurso como rede. É importante acentuar que o diálogo age não só individualmente na tensão EU x TU mas também se faz presente a rede em cada eu e em cada tu de tal maneira que constitui algo em comum e este algo comum está presente tanto no eu como no tu. Ver CAPRA, Fritjof. A rede da vida. S. Paulo: Cultrix, 2004, p. 220.
- Referência:
- (1) CAPRA, Fritjof. A rede da vida. S. Paulo: Cultrix, 2004, p. 219.