Inútil

De Dicionário de Poética e Pensamento

Edição feita às 16h08min de 23 de Dezembro de 2008 por Fábio (Discussão | contribs)
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A determinação de algo útil ou inútil já vem da determinação da ação do homem enquanto traduz algo como meio para um fim. Ocorre que a ação do homem não se restringe a produzir algo para um fim. Se no agir e ação de produção e no produto não há esse fim, então diz-se que é inútil. Curtir uma praia não é produzir algo com um fim. Por outro lado "curtir uma praia" não se move no âmbito de nenhuma técnica, não diz respeito a nenhum conhecimento. E nem por isso dizemos que "curtir uma praia" é algo inútil, mas nem útil. Porém sem dúvida é essencial para quem "curte". Talvez até seja o mais essencial. Porque aí se sente sendo, sendo por ser, sem finalidade. É nesse âmbito que entra a poesia, a música e tantas outras pequenas "coisas". E aí o homem move-se e é movido propriamente pela essência do agir. A vivência não é aí esse "curtir" porque nela se dá numa experienciação de ser? A vivência como vivência é ou pode ser um tender para ou atender a um apelo que não vem de dentro, mas de atender a algo que um outro alguém solicita. Para além do útil ou inútil é que Angelus Silesius disse: A rosa é sem por quê. Floresce por forescer...
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