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De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:"Quando oponho conceito e imagem, é necessário deixar bem claro o alcance de imagem. José Lezama Lima tem toda uma teoria sobre imagem que eu denominaria poética. Pois há imagens não-poéticas. Sobretudo a pós-modernidade se constrói em cima de imagens, através dos meios de comunicação, mas aí já são imagens representadas. Por isso, segundo Nelson Brissac Peixoto: '... a maioria absoluta das informações que o homem moderno recebe lhe vêm por imagens.'" NOVAES, Adauto (org.). "O olhar do estrangeiro". In: ''O olhar''. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995, p. 65. A imagem poética é aquela que não pode ser reduzida a simples meio de informação, mas que traz, em si, no seu mostrar, o fazer aparecer o que se presenteando, dando-se, tanto mais se faz presente quanto mais se vela. | :"Quando oponho conceito e imagem, é necessário deixar bem claro o alcance de imagem. José Lezama Lima tem toda uma teoria sobre imagem que eu denominaria poética. Pois há imagens não-poéticas. Sobretudo a pós-modernidade se constrói em cima de imagens, através dos meios de comunicação, mas aí já são imagens representadas. Por isso, segundo Nelson Brissac Peixoto: '... a maioria absoluta das informações que o homem moderno recebe lhe vêm por imagens.'" NOVAES, Adauto (org.). "O olhar do estrangeiro". In: ''O olhar''. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995, p. 65. A imagem poética é aquela que não pode ser reduzida a simples meio de informação, mas que traz, em si, no seu mostrar, o fazer aparecer o que se presenteando, dando-se, tanto mais se faz presente quanto mais se vela. | ||
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+ | :A questão da escrita e da oralidade passa pela essência da linguagem que não é determinada por essas duas possibilidades. Por isso diz Heidegger: "A palavra 'expressão' indica a contraposição, isto é, aquilo contra o que o senhor se põe, pois a sua visão da essência da linguagem não está presa ao caráter fonemático e grafemático das palavras, o que se costuma reapresentar como o caráter expressivo da linguagem". HEIDEGGER, Martin. "De uma conversa sobre a linguagem entre um japonês e um pensador".In: ''A caminho da linguagem''. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 101. "Seria, portanto, de importância secundária, se a conversa fosse escrita ou soasse apenas em algum tempo ou lugar". Ibidem, p. 118. Mas essa distinção, aí, já tem como pano de fundo: a essência da linguagem como saga; o sentido originário de con-versa; a implicação da conversa como lugar e este como casa e mundo. | ||
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Edição de 17h16min de 28 de Dezembro de 2008
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- "Ao princípio da complementaridade dos conceitos, que institui o novo espírito científico, correlaciona-se o princípio da ambivalência das imagens, que constitui o novo espírito literário" (1). A ambivalência das imagens está ligada à essência do imaginário: "Imaginar é transumanizar-se" (2); "'Imaginar é ausentar-se, impulsionar-se rumo a uma nova vida (AS, 7-9, 9-12).' A imaginação dinâmica é precisamente o sonho da vontade ou a vontade do sonho" (3).
- Referências:
- (1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 90, 1987, p. 61.
- (2) Ibidem, p. 63.
- (3) Ibidem, p. 64.
2
- "Quando oponho conceito e imagem, é necessário deixar bem claro o alcance de imagem. José Lezama Lima tem toda uma teoria sobre imagem que eu denominaria poética. Pois há imagens não-poéticas. Sobretudo a pós-modernidade se constrói em cima de imagens, através dos meios de comunicação, mas aí já são imagens representadas. Por isso, segundo Nelson Brissac Peixoto: '... a maioria absoluta das informações que o homem moderno recebe lhe vêm por imagens.'" NOVAES, Adauto (org.). "O olhar do estrangeiro". In: O olhar. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995, p. 65. A imagem poética é aquela que não pode ser reduzida a simples meio de informação, mas que traz, em si, no seu mostrar, o fazer aparecer o que se presenteando, dando-se, tanto mais se faz presente quanto mais se vela.
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- A questão da escrita e da oralidade passa pela essência da linguagem que não é determinada por essas duas possibilidades. Por isso diz Heidegger: "A palavra 'expressão' indica a contraposição, isto é, aquilo contra o que o senhor se põe, pois a sua visão da essência da linguagem não está presa ao caráter fonemático e grafemático das palavras, o que se costuma reapresentar como o caráter expressivo da linguagem". HEIDEGGER, Martin. "De uma conversa sobre a linguagem entre um japonês e um pensador".In: A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 101. "Seria, portanto, de importância secundária, se a conversa fosse escrita ou soasse apenas em algum tempo ou lugar". Ibidem, p. 118. Mas essa distinção, aí, já tem como pano de fundo: a essência da linguagem como saga; o sentido originário de con-versa; a implicação da conversa como lugar e este como casa e mundo.