Duvidar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
Linha 1: Linha 1:
__NOTOC__
__NOTOC__
== 1 ==
== 1 ==
-
:Descartes cunhou e sintetizou em duas sentenças toda uma época. Diz:
+
:Descartes cunhou e sintetizou em duas sentenças toda uma [[época]]. Diz:
-
 
+
:"Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo sum".
:"Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo sum".
:"Duvido, logo penso. Penso, logo sou".
:"Duvido, logo penso. Penso, logo sou".
 +
:Sem dúvida, é um modo [[inaugural]] de experienciar o [[ser]]. E sobretudo se tem muito discutido e escrito sobre esse enigmático ''ergo''. Também a mim ocorreu discuti-lo, mas conservando-o tal como está na sentença. Tudo que ele im-plica ou não pode ser conservado. Minha dúvida não surge a partir dele, mas da não assunção da dúvida. Eu creio e preciso assumir a dúvida. [[Quero|querer]] beber da fonte de onde surgiu o ''Dubito'' de Descartes. E é no horizonte desse duvidar e no circular de todo questionar que fiz também minha sentença: "Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo dubito". "Duvido, portanto questiono. Questiono, portanto duvido".
-
:Sem dúvida, é um modo inaugural de experienciar o ser. E sobretudo se tem muito discutido e escrito sobre esse enigmático "ergo". Também a mim ocorreu discuti-lo, mas conservando-o tal como está na sentença. Tudo que ele im-plica, ou não, pode ser conservado. Minha dúvida não surge a partir dele, mas da não assunção da dúvida. Eu creio e preciso assumir a dúvida. Quero beber da fonte de onde surgiu o "Dubito" de Descartes. E é no horizonte desse duvidar e no circular de todo questionar que fiz também minha sentença: "Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo dubito". "Duvido, portanto questiono. Questiono, portanto duvido".
+
:É necessário reinstalar o ser humano no [[questionar]] que o constitui.
-
 
+
-
 
+
-
:É necessário reinstalar o ser humano no questionar que o constitui.
+
:- [[Manuel Antônio de Castro]]
:- [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 17h38min de 15 de Agosto de 2009

1

Descartes cunhou e sintetizou em duas sentenças toda uma época. Diz:
"Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo sum".
"Duvido, logo penso. Penso, logo sou".
Sem dúvida, é um modo inaugural de experienciar o ser. E sobretudo se tem muito discutido e escrito sobre esse enigmático ergo. Também a mim ocorreu discuti-lo, mas conservando-o tal como está na sentença. Tudo que ele im-plica ou não pode ser conservado. Minha dúvida não surge a partir dele, mas da não assunção da dúvida. Eu creio e preciso assumir a dúvida. querer beber da fonte de onde surgiu o Dubito de Descartes. E é no horizonte desse duvidar e no circular de todo questionar que fiz também minha sentença: "Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo dubito". "Duvido, portanto questiono. Questiono, portanto duvido".
É necessário reinstalar o ser humano no questionar que o constitui.


- Manuel Antônio de Castro
Ferramentas pessoais