Duvidar

De Dicionário de Poética e Pensamento

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:Descartes cunhou e sintetizou em duas sentenças toda uma época. Diz:
:Descartes cunhou e sintetizou em duas sentenças toda uma época. Diz:
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"Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo sum".
 
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"Duvido, logo penso. Penso, logo sou".
 
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Sem dúvida, é um modo inaugural de experienciar o ser. E sobretudo se tem muito discutido e escrito sobre esse enigmático "ergo". Também a mim ocorreu discuti-lo, mas conservando-o tal como está na sentença. Tudo que ele im-plica, ou não, pode ser conservado. Minha dúvida não surge a partir dele, mas da não assunção da dúvida. Eu creio e preciso assumir a dúvida. Quero beber da fonte de onde surgiu o "Dubito" de Descartes. E é no horizonte desse duvidar e no circular de todo questionar que fiz também minha sentença: "Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo dubito". "Duvido, portanto questiono. Questiono, portanto duvido".
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:"Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo sum".
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:"Duvido, logo penso. Penso, logo sou".
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É necessário reinstalar o ser humano no questionar que o constitui.
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:Sem dúvida, é um modo inaugural de experienciar o ser. E sobretudo se tem muito discutido e escrito sobre esse enigmático "ergo". Também a mim ocorreu discuti-lo, mas conservando-o tal como está na sentença. Tudo que ele im-plica, ou não, pode ser conservado. Minha dúvida não surge a partir dele, mas da não assunção da dúvida. Eu creio e preciso assumir a dúvida. Quero beber da fonte de onde surgiu o "Dubito" de Descartes. E é no horizonte desse duvidar e no circular de todo questionar que fiz também minha sentença: "Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo dubito". "Duvido, portanto questiono. Questiono, portanto duvido".
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:É necessário reinstalar o ser humano no questionar que o constitui.
:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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Edição de 19h05min de 19 de Julho de 2009

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Descartes cunhou e sintetizou em duas sentenças toda uma época. Diz:


"Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo sum".
"Duvido, logo penso. Penso, logo sou".


Sem dúvida, é um modo inaugural de experienciar o ser. E sobretudo se tem muito discutido e escrito sobre esse enigmático "ergo". Também a mim ocorreu discuti-lo, mas conservando-o tal como está na sentença. Tudo que ele im-plica, ou não, pode ser conservado. Minha dúvida não surge a partir dele, mas da não assunção da dúvida. Eu creio e preciso assumir a dúvida. Quero beber da fonte de onde surgiu o "Dubito" de Descartes. E é no horizonte desse duvidar e no circular de todo questionar que fiz também minha sentença: "Dubito, ergo cogito. Cogito, ergo dubito". "Duvido, portanto questiono. Questiono, portanto duvido".


É necessário reinstalar o ser humano no questionar que o constitui.


- Manuel Antônio de Castro
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