Representação

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:(1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. In: Revista Tempo Brasileiro. Rio: 94, jul.-set., 1988, p. 72.
:(1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. In: Revista Tempo Brasileiro. Rio: 94, jul.-set., 1988, p. 72.
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== Heidegger ==
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:Cf. HEIDEGGER, Martin. ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002, pp. 48, 52, 53, 54, 55.

Edição de 13h18min de 27 de Dezembro de 2008

Tabela de conteúdo

Coisa

O conceito de representação tem muitos aspectos, mas um se torna fundamental com o advento da ciência: "O que a ciência faz ao tornar o cântaro com vinho por uma cavidade com líquido não é propriamente falso, é apenas exato. Mas, com isso, falamos do ser da coisa cântaro? Do ponto de vista da experiência originária da coisa, uma cavidade com líquido nunca é um cântaro com vinho. Nesse sentido, o saber representativo, ao invés de mostrar a coisa, acaba por escondê-la e anulá-la." (1)


Referência:
(1) MICHELAZZO, José Carlos. Do um como princípio ao dois como unidade. S. Paulo: Annablume, 1999, pp. 184-5.


Objeto

Este é um dos conceitos mais difíceis quanto ao vigor da representação ou à sua proveniência. Martin Heidegger dá uma visão que radica no destinar-se; "E somente o que já se destinou a uma representação objetivante torna acessível, como objeto, o histórico da historiografia, isto é, de uma ciência." (1)


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: Ensaios e conferências. Petrópolis, Vozes, 2002, p. 27.



Arte

Ernesto Grassi(1) trata a arte como representação, a partir do conceito aristotélico de mimesis. E não se detém na questão filosófica de Aristóteles. Mas quando chega na questão de relacionar arte/mundo surge a questão histórica da interpretação da obra a partir do seu mundo. E aí questiona a validade do conceito de representação. Então utiliza o conceito de representação em mais de um sentido. E problematiza mais a imagem como representação quando examina a arte gótica, onde a imagem não representa: "... não é cópia ou reprodução ou retrato - é algo em si. A imagem é algo de próprio em substância e significado, em aparência e aspecto," (2) Ou seja, cai o conceito de representação. Daí: "Todavia, a espiritualização ocidental de tudo quanto é humano, levada a efeito e atestada pela arte gótica, remonta a um novo mito universal que alicercou uma nova representação do homem: a doutrina cristã." (3) Quando não se enfrenta a representação do ponto de vista filosófico gera-se esse impasse. O uso da palavra representação gera contradições.


Referência:
(1) GRASSI, Ernesto. Arte e Mito. Lisboa: Livros do Brasil, s/d, p. 178.
(2) Idem, p. 179.
(3) Idem, p. 179.


Papel epistemológico

Uma compreensão profunda da representação e do seu papel epistemológico, o que implica num duplo simulacro, está bem caracterizado na passagem de Ronaldes de Melo e Souza: "O confinamento das relações vitais se consuma na clausura do presente único da comparência, iludindo-se a presencialização da presença das coisas enquanto coisas ainda não destruídas pela representação desintegradora da subjetividade." (1) É necessário ver o restante do parágrafo porque é muito esclarecedor.


Referência:
(1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. In: Revista Tempo Brasileiro. Rio: 94, jul.-set., 1988, p. 72.


Heidegger

Cf. HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, pp. 48, 52, 53, 54, 55.
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