Fala
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(Nova página: ==1== :Para experienciar a ESCUTA é necessário dar ouvidos à FALA. Há duas falas: a do poeta e a da musa. Há então a escuta da fala e a fala da escuta. No diálogo se dá uma dup...) |
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:Há a fala intramundana: a linguagem instrumental e reprodutiva/cotidiana. E há a fala como manifestação: a linguagem poética. Aqui o que fala é o que se manifesta no vigor do que se oculta, o silêncio da linguagem como a fala poética. A ESCUTA é a eclosão da compreensão do sentido e da verdade do ser, do sentido e da verdade do outro, do TU/EU, tanto em relação ao hétero-diálogo quanto ao auto-diálogo, onde cada eu é também um tu, porque é e não-é. Tanto no hétero-diálogo como no auto-diálogo a possibilidade da compreensão acontece porque ambos se dão na identidade e unidade do logos, fundamento de todos os diálogos. O logos fala não o homem. O homem só fala quando escutando corresponde à fala do logos. | :Há a fala intramundana: a linguagem instrumental e reprodutiva/cotidiana. E há a fala como manifestação: a linguagem poética. Aqui o que fala é o que se manifesta no vigor do que se oculta, o silêncio da linguagem como a fala poética. A ESCUTA é a eclosão da compreensão do sentido e da verdade do ser, do sentido e da verdade do outro, do TU/EU, tanto em relação ao hétero-diálogo quanto ao auto-diálogo, onde cada eu é também um tu, porque é e não-é. Tanto no hétero-diálogo como no auto-diálogo a possibilidade da compreensão acontece porque ambos se dão na identidade e unidade do logos, fundamento de todos os diálogos. O logos fala não o homem. O homem só fala quando escutando corresponde à fala do logos. | ||
- | Referências: | + | |
- | (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''O pensamento de Heiddeger no silêncio de hoje'', in: Revista Vozes, n. 4, 1977, p. 6 | + | :Referências: |
- | (2) idem, p. 7 | + | :(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''O pensamento de Heiddeger no silêncio de hoje'', in: Revista Vozes, n. 4, 1977, p. 6 |
+ | :(2) idem, p. 7 |
Edição de 20h45min de 15 de janeiro de 2009
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- Para experienciar a ESCUTA é necessário dar ouvidos à FALA. Há duas falas: a do poeta e a da musa. Há então a escuta da fala e a fala da escuta. No diálogo se dá uma dupla fala e uma dupla escuta, mas que supõe uma outra fala e uma outra escuta. No dizer de Emmanue Carneiro Leão: “Assim a Linguagem é o ethos, a estância onde o extraordinário visita o homem... a partir desta estância os filósofos dizem sempre a mesma coisa sobre a mesma coisa” (1). Para chegar “à mesma coisa”, Emmanuel propõe três leituras e é na terceira que se pode chegar à “mesma coisa” que ele identifica com o que Parmênides nos propõe em seu pensamento: o “... coração intrépido da verdade de circularidade perfeita!” (2). Esta fala é o silêncio da Linguagem. Por isso acrescenta: “É que a compreensão só se instala no instante em que começa a brilhar em nós o que o texto não diz mas quer dizer em tudo quanto diz” (2). Essa FALA, esse núcleo é a MEDIDA. Há a fala, o silêncio e a escuta: estes são articulados em todos os empenhos (agir) de perguntar e desempenhos de responder.
- Há a fala intramundana: a linguagem instrumental e reprodutiva/cotidiana. E há a fala como manifestação: a linguagem poética. Aqui o que fala é o que se manifesta no vigor do que se oculta, o silêncio da linguagem como a fala poética. A ESCUTA é a eclosão da compreensão do sentido e da verdade do ser, do sentido e da verdade do outro, do TU/EU, tanto em relação ao hétero-diálogo quanto ao auto-diálogo, onde cada eu é também um tu, porque é e não-é. Tanto no hétero-diálogo como no auto-diálogo a possibilidade da compreensão acontece porque ambos se dão na identidade e unidade do logos, fundamento de todos os diálogos. O logos fala não o homem. O homem só fala quando escutando corresponde à fala do logos.
- Referências:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. O pensamento de Heiddeger no silêncio de hoje, in: Revista Vozes, n. 4, 1977, p. 6
- (2) idem, p. 7