Diálogo
De Dicionário de Poética e Pensamento
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:(2) Cf. Fragmento 53 em: HERÃCLITO. trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: ''Os pensadores originários''. Petrópolis: Vozes, 1991. | :(2) Cf. Fragmento 53 em: HERÃCLITO. trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: ''Os pensadores originários''. Petrópolis: Vozes, 1991. | ||
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:(3) Ibidem, p. 73. | :(3) Ibidem, p. 73. | ||
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+ | "(...) ninguém pode fazer uso do que os outros são, nem mesmo uso mental." LISPECTOR, Clarice. ''Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres''. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 62. | ||
== Ver também == | == Ver também == | ||
*[[Disputa]] | *[[Disputa]] |
Edição de 15h47min de 28 de Dezembro de 2008
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- Podemos falar no diálogo de quatro instâncias: o eu, o outro, o logos, o diá-. O logos funda então os três diálogos. Porém, no diálogo há algo bem mais complexo. Podemos então considerar seis instâncias:
- 1ª Essência: do diálogo como disputa (1), (2);
- 2ª Essência: da obra de arte como disputa dialógica;
- 3ª Essência: do pensamento como diálogo (disputa entre as diferentes obras dos pensadores);
- 4ª Essência: do pensamento como diálogo/disputa com: a) Phýsis/Ser; b) Ser-humano; c) Arte;
- 5ª Essência: da poiesis como diálogo de disputa de poiesis e pensamento, ou seja, poesia pensante e pensamento poético;
- 6ª Essência: do ponto de vista do ser-humano, o agir dele no fazer obras ou desvelar, como diálogo/disputa. Então aqui o Diálogo se dá como Leitura. O interpretar é, portanto, um diálogo ético, porque todo interpretar é um interpretar-se pela escuta do logos. Frag. 53, de Heráclito: "De todas as coisas a guerra é pai, de todas as coisas é senhor; a uns mostrou deuses, a outros, homens; de uns fez escravos, de outros, livres" (3).
- Referências:
- (1) Cf. HEIDEGGER, Martin. A origem da obra-de-arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. Lisboa: Edições 70, 2008.
- (2) Cf. Fragmento 53 em: HERÃCLITO. trad. Emmanuel Carneiro Leão. In: Os pensadores originários. Petrópolis: Vozes, 1991.
- (3) Ibidem, p. 73.
2
"(...) ninguém pode fazer uso do que os outros são, nem mesmo uso mental." LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 62.