Composição

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:É difícil o entendimento da gestell, mesmo na tradução como com-posição. Em Heidegger (1) há a referência ao pôr como explorar. Nesse sentido, entendendo a técnica como desvelamento, há uma diferença entre o desvelamento manifestativo (a techné entre os gregos) e o desvelamento explorador (técnica moderna). A natureza se oferece como disponível, dis-posição, no sentido de estar à disposição para ser utilizada como recurso. "Para onde nos sentiremos remetidos quando tentarmos agora dar mais um passo adiante, pensando o que será, em si mesma, esta com-posição? Não é nada técnico nem nada de maquinal. É o modo em que o real se des-encobre como dis-ponibilidade." (2) "Com-posição é a força de reunião daquele 'pôr' que im-põe ao homem des-cobrir o real como disponibilidade, segundo o modo da dis-posição. Assim desafiado e provocado, o homem se acha imerso na essência da com-posição." (3) "A composição pertence ao destino do desencobrimento." (4) "A composição é um modo destinado de desencobrimento, a saber, o desencobrimento da exploração e do desafio. Um e outro modo destinado é o desencobrimento da pro-dução, da poiésis." (5)  
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:É difícil o entendimento da ''gestell'', mesmo na tradução como com-posição. Em Heidegger (1), há a referência ao pôr como explorar. Nesse sentido, entendendo a técnica como desvelamento, há uma diferença entre o desvelamento manifestativo (a ''tekhné'' entre os gregos) e o desvelamento explorador (técnica moderna). A natureza se oferece como disponível, dis-posição, no sentido de estar à disposição para ser utilizada como recurso.  
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"Para onde nos sentiremos remetidos quando tentarmos agora dar mais um passo adiante, pensando o que será, em si mesma, esta com-posição? Não é nada técnico nem nada de maquinal. É o modo em que o real se des-encobre como dis-ponibilidade" (2).
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"Com-posição é a força de reunião daquele 'pôr' que im-põe ao homem des-cobrir o real como disponibilidade, segundo o modo da dis-posição. Assim desafiado e provocado, o homem se acha imerso na essência da com-posição" (3).
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"A composição pertence ao destino do desencobrimento" (4).
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"A composição é um modo destinado de desencobrimento, a saber, o desencobrimento da exploração e do desafio. Um e outro modo destinado é o desencobrimento da pro-dução, da poíesis" (5).
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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:(1) HEIDEGGER, Martin. Ensaios e Conferências. Petrópolis, Vozes, 2002, p. 20  
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:(1) HEIDEGGER, Martin. ''Ensaios e Conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 20  
:(2) Idem, p. 26.  
:(2) Idem, p. 26.  
:(3) Idem, p. 27.  
:(3) Idem, p. 27.  
:(4) Idem, p. 28.  
:(4) Idem, p. 28.  
:(5) idem, p. 32.
:(5) idem, p. 32.

Edição de 12h36min de 21 de Abril de 2009

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É difícil o entendimento da gestell, mesmo na tradução como com-posição. Em Heidegger (1), há a referência ao pôr como explorar. Nesse sentido, entendendo a técnica como desvelamento, há uma diferença entre o desvelamento manifestativo (a tekhné entre os gregos) e o desvelamento explorador (técnica moderna). A natureza se oferece como disponível, dis-posição, no sentido de estar à disposição para ser utilizada como recurso.

"Para onde nos sentiremos remetidos quando tentarmos agora dar mais um passo adiante, pensando o que será, em si mesma, esta com-posição? Não é nada técnico nem nada de maquinal. É o modo em que o real se des-encobre como dis-ponibilidade" (2). "Com-posição é a força de reunião daquele 'pôr' que im-põe ao homem des-cobrir o real como disponibilidade, segundo o modo da dis-posição. Assim desafiado e provocado, o homem se acha imerso na essência da com-posição" (3). "A composição pertence ao destino do desencobrimento" (4). "A composição é um modo destinado de desencobrimento, a saber, o desencobrimento da exploração e do desafio. Um e outro modo destinado é o desencobrimento da pro-dução, da poíesis" (5).


- Manuel Antônio de Castro


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ensaios e Conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 20
(2) Idem, p. 26.
(3) Idem, p. 27.
(4) Idem, p. 28.
(5) idem, p. 32.
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