Liberdade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Pois o homem só se torna livre num envio, fazendo-se ouvinte e não escravo do [[destino]]. A essência da liberdade não pertence originariamente à [[vontade]] e nem tampouco se reduz à causalidade do querer humano" (1). A Liberdade está ligada às questões verdade ou desvelamento e [[clareira]]. Na página do ensaio citado há uma correlação entre essas questões.  
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:"O destino do desencobrimento sempre rege o homem em todo o seu ser, mas nunca é a fatalidade de uma coação. Pois o homem só se torna livre num envio, fazendo-se ouvinte e não escravo do [[destino]]. A essência da liberdade não pertence ''originariamente'' à [[vontade]] e nem tampouco se reduz à causalidade do querer humano. A liberdade rege o aberto, no sentido do aclarado, isto é, des-encoberto. A liberdade tem seu parentesco mais próximo e mais íntimo com o dar-se do desencobrimento, ou seja, da verdade. Todo desencobrimento pertence a um abrigar e esconder. Ora, o que liberta é o mistério, um encoberto que sempre se encobre, mesmo quando se desencobre. Todo desencobrimento provém do que é livre, dirige-se ao que é livre e conduz ao que é livre. A liberdade do livre não está licença do arbitrário nem na submissão a simples leis. A liberdade é o que aclarando encobre e cobre, em cuja clareira tremula o véu que vela o vigor de toda verdade e faz aparecer o véu como o véu  que vela. A liberdade é o reino do destino que põe o desencobrimento em seu próprio caminho" (1).
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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:Referência:
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:(1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2007.
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:(1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 27.

Edição de 20h35min de 17 de Abril de 2009

1

Esta é tratada poeticamente no conto "Quadrinho de estória" de Guimarães Rosa (1).


Referência:
(1) ROSA, João Guimarães. Tutameia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, pp. 122-125.


2

"O destino do desencobrimento sempre rege o homem em todo o seu ser, mas nunca é a fatalidade de uma coação. Pois o homem só se torna livre num envio, fazendo-se ouvinte e não escravo do destino. A essência da liberdade não pertence originariamente à vontade e nem tampouco se reduz à causalidade do querer humano. A liberdade rege o aberto, no sentido do aclarado, isto é, des-encoberto. A liberdade tem seu parentesco mais próximo e mais íntimo com o dar-se do desencobrimento, ou seja, da verdade. Todo desencobrimento pertence a um abrigar e esconder. Ora, o que liberta é o mistério, um encoberto que sempre se encobre, mesmo quando se desencobre. Todo desencobrimento provém do que é livre, dirige-se ao que é livre e conduz ao que é livre. A liberdade do livre não está licença do arbitrário nem na submissão a simples leis. A liberdade é o que aclarando encobre e cobre, em cuja clareira tremula o véu que vela o vigor de toda verdade e faz aparecer o véu como o véu que vela. A liberdade é o reino do destino que põe o desencobrimento em seu próprio caminho" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A questão da técnica". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 27.


Ver também:
Ferramentas pessoais