Ficção
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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| - | : | + | :[[Aprender]] é aprender o que não pode ser ensinado. [[Ensinar]] é deixar que o que não pode ser ensinado ecloda, se desvele em cada um. Ficção vem do verbo latino ''fingere'', [[figurar]], dar figura. Toda figura, enquanto arte, ficção, só é figura se fizer o que não pode ser figurado eclodir, ser desvelado. |
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| - | :[[ | + | :No conto de João Guimarães Rosa "[[Nada]] e a nossa condição" (1), ficção ou "fazer de conta" (2) é reinventar o real, "instaurar um novo [[mundo]]" (3). Isso aparece como [[nadificar]] . Nadificar significa "retirar as máscaras que vestimos" (4). Nadificar é a própria reinvenção do real, ou seja, nas palavras do personagem Tio Man'Antônio "fazer de conta". Aqui está o [[duplo]] significado de ficção: narrar para reinventar o real. A um tal narrar poderíamos denominar "ficção poética". |
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| + | :(1) ROSA, Guimarães. "Nada e a nossa condição". In: ''Primeiras Estórias''. 3ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967. | ||
Edição de 14h34min de 21 de março de 2009
1
- Aprender é aprender o que não pode ser ensinado. Ensinar é deixar que o que não pode ser ensinado ecloda, se desvele em cada um. Ficção vem do verbo latino fingere, figurar, dar figura. Toda figura, enquanto arte, ficção, só é figura se fizer o que não pode ser figurado eclodir, ser desvelado.
2
- No conto de João Guimarães Rosa "Nada e a nossa condição" (1), ficção ou "fazer de conta" (2) é reinventar o real, "instaurar um novo mundo" (3). Isso aparece como nadificar . Nadificar significa "retirar as máscaras que vestimos" (4). Nadificar é a própria reinvenção do real, ou seja, nas palavras do personagem Tio Man'Antônio "fazer de conta". Aqui está o duplo significado de ficção: narrar para reinventar o real. A um tal narrar poderíamos denominar "ficção poética".
- Referências:
- (1) ROSA, Guimarães. "Nada e a nossa condição". In: Primeiras Estórias. 3ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
