Música
De Dicionário de Poética e Pensamento
(Diferença entre revisões)
Felipe (Discussão | contribs) (→1) |
Felipe (Discussão | contribs) (→1) |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
==1== | ==1== | ||
:Não podemos restringir a [[linguagem]] à fala/lÃngua, senão as demais [[Arte|artes]] -além da poesia- não seriam linguagem. E isso não é verdade. É importante perceber que: a) a música está ligada à fala que como tal é sempre musical. Daà a invenção da lira ligar essas duas facetas. Mas a Musa precede a lira, até porque a lira é apenas uma imagem-questão para manifestar o verbo-Hermes como criador da lira/música, onde o próprio Hermes é a imagem-questão da própria linguagem enquanto verbo; b) por seu lado, a poesia está ligada à ação-verbo-Hermes, mas enquanto poiesis, isto é, o vigor poético ou a ação enquanto sentido do ser, o ético. Por isso, a música e a linguagem, o mesmo, estão ligados à poiesis ou vigor poético como sintaxe: o ordenamento da realidade em mundo. Linguagem é sintaxe poética, é mundo, é ethos (morada). A música cria sintaxe poética, daà ser linguagem. O mesmo ocorre com a dança e outras artes. | :Não podemos restringir a [[linguagem]] à fala/lÃngua, senão as demais [[Arte|artes]] -além da poesia- não seriam linguagem. E isso não é verdade. É importante perceber que: a) a música está ligada à fala que como tal é sempre musical. Daà a invenção da lira ligar essas duas facetas. Mas a Musa precede a lira, até porque a lira é apenas uma imagem-questão para manifestar o verbo-Hermes como criador da lira/música, onde o próprio Hermes é a imagem-questão da própria linguagem enquanto verbo; b) por seu lado, a poesia está ligada à ação-verbo-Hermes, mas enquanto poiesis, isto é, o vigor poético ou a ação enquanto sentido do ser, o ético. Por isso, a música e a linguagem, o mesmo, estão ligados à poiesis ou vigor poético como sintaxe: o ordenamento da realidade em mundo. Linguagem é sintaxe poética, é mundo, é ethos (morada). A música cria sintaxe poética, daà ser linguagem. O mesmo ocorre com a dança e outras artes. | ||
+ | |||
+ | ==2== | ||
+ | :“A música na sua dinâmica conjuga músico, obra e ouvinte. O músico por sua vez apresenta o encontro do compositor, intérprete e ouvinte. Nos três casos, temos apenas um, que é sempre o mesmo, para que música venha a ser música e conjuntura: músico e música devem ser presença deste mesmo, onde música só é no tempo em que há músico e vice-versa. Onde há músico, portanto, há música. No fazer musical a música se faz fazendo realidadeâ€. “... pois quando estamos desatentos ao querer ouvir música não nos damos conta de que ouvir música é aprender a ouvir e de que pensar um pensamento é aprender a pensarâ€. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | :Referências: | ||
+ | :RAMALHO, Celso Garcia de Araújo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura. Ãrea de Poéica. Faculdade de Letras da UFRJ. | ||
+ | |||
==Ver Também== | ==Ver Também== | ||
*[[Linguagem]] | *[[Linguagem]] |
Edição de 20h42min de 15 de janeiro de 2009
1
- Não podemos restringir a linguagem à fala/lÃngua, senão as demais artes -além da poesia- não seriam linguagem. E isso não é verdade. É importante perceber que: a) a música está ligada à fala que como tal é sempre musical. Daà a invenção da lira ligar essas duas facetas. Mas a Musa precede a lira, até porque a lira é apenas uma imagem-questão para manifestar o verbo-Hermes como criador da lira/música, onde o próprio Hermes é a imagem-questão da própria linguagem enquanto verbo; b) por seu lado, a poesia está ligada à ação-verbo-Hermes, mas enquanto poiesis, isto é, o vigor poético ou a ação enquanto sentido do ser, o ético. Por isso, a música e a linguagem, o mesmo, estão ligados à poiesis ou vigor poético como sintaxe: o ordenamento da realidade em mundo. Linguagem é sintaxe poética, é mundo, é ethos (morada). A música cria sintaxe poética, daà ser linguagem. O mesmo ocorre com a dança e outras artes.
2
- “A música na sua dinâmica conjuga músico, obra e ouvinte. O músico por sua vez apresenta o encontro do compositor, intérprete e ouvinte. Nos três casos, temos apenas um, que é sempre o mesmo, para que música venha a ser música e conjuntura: músico e música devem ser presença deste mesmo, onde música só é no tempo em que há músico e vice-versa. Onde há músico, portanto, há música. No fazer musical a música se faz fazendo realidadeâ€. “... pois quando estamos desatentos ao querer ouvir música não nos damos conta de que ouvir música é aprender a ouvir e de que pensar um pensamento é aprender a pensarâ€.
- Referências:
- RAMALHO, Celso Garcia de Araújo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura. Ãrea de Poéica. Faculdade de Letras da UFRJ.