- | : Podemos distinguir no [[ente]] dois modos de o [[compreender]] perguntando por sua proveniência. Se o olhamos do ponto de vista da ''[[phýsis]]'', e não há, no fundo, outro modo , podemos constatar que a própria ''[[phýsis]]'' age de uma maneira (e é isto a "causa", o [[agir]], o ''[[aítion]]'') dupla: no primeiro momento, todo [[sendo]] (ente) chega ao seu ''[[telos]]'' ([[realização]]) a partir de sua [[essência]] [[originária]]. Esta é a [[coisidade]] da [[coisa]]. O outro modo de [[agir]] da ''[[phýsis]]'' é aquele que produz um [[efeito]] sobre algo. Por exemplo, quando o Sol aquece a semente na [[Terra]] e a faz eclodir, quando o frio queima as folhas tenras da planta, quando o vento [[causa]] estragos nas casas. A [[causalidade]] como [[efeito]] de uma [[ação]] é apenas um modo derivado do [[causar]] [[originário]], do [[causar]] enquanto [[essência]] do [[sendo]] (ente). Então a [[palavra]] grega ''[[aítion]]'' diz [[causa]] em [[sentido]] próprio e em [[sentido]] derivado. A [[palavra]] em grego diz como tal o ''ser devido a''. A [[tradição]] retórico-sofística, porém, reduziu-a às [[relações]] causais pelas quais a toda [[causa]] corresponde um [[efeito]]. Para negar esta redução diz-se então que nem todo [[sendo]] depende de uma [[causa]], isto é, não depende de uma [[relação]] [[causal]] dentro de um [[sistema]] de [[representação]] e de [[funcionalidade]]. Por exemplo, a [[obra de arte]] é sem [[funcionalidade]], porque não está construída em cima de [[relações]] [[causais]]. Nesse sentido, o [[artista]] não é a [[causa]] da [[obra]], porque não é devida a ele, mas à [[arte]], ou seja, esta é o ''[[aition]]'' da [[obra]] em sentido próprio. O [[artista]] só é a [[causa]] da [[obra]] em sentido derivado.
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