Estranho
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
|||
(uma edição intermediária não está sendo exibida.) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
__NOTOC__ | __NOTOC__ | ||
==1== | ==1== | ||
- | :Há dois estranhos no estranho. O estranho é o inesperado, o [[extraordinário]], o velar-se que se denega e ama manifestar-se. Pelo fato de o estranho amar o manifestar-se é que advém o estranho do estranho, ou seja, que necessariamente nos movemos no limite, no entre-ser para já desde sempre sermos assediados pelo estranho. É tão estranho para nós esse estranho que nem mais nos damos conta dele, ou seja, que achamos que a pro-cura, como [[habitual]], é o normal e o ponto de partida, quando não. Só nos localizamos no habitual para sermos já desde sempre atraídos por e para o estranho. | + | :Há dois estranhos no estranho. O estranho é o [[inesperado]], o [[extraordinário]], o velar-se que se denega e ama manifestar-se. Pelo fato de o estranho amar o manifestar-se é que advém o estranho do estranho, ou seja, que necessariamente nos movemos no limite, no entre-ser para já desde sempre sermos assediados pelo estranho. É tão estranho para nós esse estranho que nem mais nos damos conta dele, ou seja, que achamos que a pro-cura, como [[habitual]], é o normal e o ponto de partida, quando não. Só nos localizamos no habitual para sermos já desde sempre atraídos por e para o estranho. |
Linha 14: | Linha 14: | ||
== 2 == | == 2 == | ||
- | :"Um olhar estranho é estranho não porque jamais havia sido visto antes, mas porque nos olha e mostra o estranho dentro de nós, o nosso estranho e estranheza. A [[presença]] estranha faz-se visível como um [[olhar]] do estranho que nos advém, como o advento do estranho na estranheza de um [[advento]]. Caracteres e personagens literários são ''portraits'', retratos, ou seja, um vir a nós do estranho, o olhar das [[coisas]] sobre nós e não simplesmente o nosso olhar sobre as coisas" (1). | + | :"Um olhar estranho é estranho não porque jamais havia sido visto antes, mas porque nos olha e mostra o estranho dentro de nós, o nosso estranho e estranheza. A [[presença]] estranha faz-se visível como um [[olhar]] do estranho que nos advém, como o advento do estranho na estranheza de um [[advento]]. Caracteres e personagens literários são ''portraits'', retratos, ou seja, um vir a nós do estranho, o olhar das [[coisa|coisas]] sobre nós e não simplesmente o nosso olhar sobre as coisas" (1). |
:Referência: | :Referência: |
Edição atual tal como 02h01min de 19 de março de 2011
1
- Há dois estranhos no estranho. O estranho é o inesperado, o extraordinário, o velar-se que se denega e ama manifestar-se. Pelo fato de o estranho amar o manifestar-se é que advém o estranho do estranho, ou seja, que necessariamente nos movemos no limite, no entre-ser para já desde sempre sermos assediados pelo estranho. É tão estranho para nós esse estranho que nem mais nos damos conta dele, ou seja, que achamos que a pro-cura, como habitual, é o normal e o ponto de partida, quando não. Só nos localizamos no habitual para sermos já desde sempre atraídos por e para o estranho.
- Ver também:
2
- "Um olhar estranho é estranho não porque jamais havia sido visto antes, mas porque nos olha e mostra o estranho dentro de nós, o nosso estranho e estranheza. A presença estranha faz-se visível como um olhar do estranho que nos advém, como o advento do estranho na estranheza de um advento. Caracteres e personagens literários são portraits, retratos, ou seja, um vir a nós do estranho, o olhar das coisas sobre nós e não simplesmente o nosso olhar sobre as coisas" (1).
- Referência:
- (1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. Bildung e literatura. In: MEES, Leonardo e PIZZOLANTE, Romulo (orgs). O presente do filósofo. Rio de Janeiro: Mauad, 2008, p. 45.
- Ver também: