Intertextualidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Kristeva entende a palavra textual num contexto espacial: as palavras ligam-se umas às outras, na frase, e as frases entre si. Esse espaço textual está regido por relações que conjuntam três dimensões: o sujeito da [[escritura]], o destinatário e os textos exteriores. Essas três dimensões desenham uma horizontalidade e uma verticalidade, isto é, a palavra textualizada concerne ao [[sujeito]] da escritura e ao destinatário, no primeiro caso; no segundo, está voltado para o corpus literário anterior e sincrônico. Quando essas dimensões se cruzam, tem-se a intertextualidade. Bakhtine chamava a esses dois eixos de diálogo e ambivalência. A tarefa da semiótica seria, para Kristeva, a de identificar os formalismos que traduziriam os diferentes modos de encontro das palavras (ou das seqüências), no espaço dialógico dos textos" (1).  
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: "Kristeva entende a palavra textual num [[contexto]] espacial: as palavras ligam-se umas às outras na frase e as frases entre si. Esse espaço textual está regido por relações que conjuntam três dimensões: o sujeito da [[escritura]], o destinatário e os textos exteriores. Essas três dimensões desenham uma horizontalidade e uma verticalidade, isto é, a palavra textualizada concerne ao [[sujeito]] da escritura e ao destinatário, no primeiro caso; no segundo, está voltado para o ''corpus'' [[literário]] anterior e sincrônico. Quando essas dimensões se cruzam, tem-se a intertextualidade. Bakhtine chamava a esses dois eixos de diálogo e ambivalência. A tarefa da semiótica seria, para Kristeva, a de identificar os formalismos que traduziriam os diferentes modos de encontro das palavras (ou das sequências), no espaço dialógico dos textos" (1).  
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:(1) SILVA, Graça Maria Teixeira da. ''Historiografia e hegemonia na Literatura Brasileira: a perspectiva amazônica''. Tese de Doutorado, 2001. Programa de pós-graduação de Ciência da Literatura, Faculdade de Letras da UFRJ.
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: (1) SILVA, Graça Maria Teixeira da. ''Historiografia e hegemonia na literatura brasileira: a perspectiva amazônica''. Tese de Doutorado, 2001. Programa de pós-graduação de Ciência da Literatura, Faculdade de Letras da UFRJ.
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:"A contribuição de Bakhtine, no que toca à [[intertextualidade]], recai sobre o desdobramento da subjetividade em comunicatividade: não basta se compreender o diálogo apenas como assunção da linguagem por um sujeito; ele é o lugar (a escritura) onde se lê o outro; com essa visão, tem-se o enfraquecimento da noção de 'pessoa-sujeito da escritura' e o advento da 'ambivalência da escritura'" (1).  
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:"A contribuição de Bakhtine, no que toca à intertextualidade, recai sobre o desdobramento da [[subjetividade]] em comunicatividade: não basta se compreender o diálogo apenas como assunção da [[linguagem]] por um sujeito; ele é o lugar (a escritura) onde se lê o [[outro]]; com essa visão, tem-se o enfraquecimento da noção de 'pessoa-sujeito da escritura' e o advento da 'ambivalência da escritura'" (1).  
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:(1) SILVA, Graça Maria Teixeira da. ''Historiografia e hegemonia na Literatura Brasileira: a perspectiva amazônica''. Tese de Doutorado, 2001. Programa de pós-graduação de Ciência da Literatura, Faculdade de Letras da UFRJ.
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:(1) SILVA, Graça Maria Teixeira da. ''Historiografia e hegemonia na literatura brasileira: a perspectiva amazônica''. Tese de Doutorado, 2001. Programa de pós-graduação de Ciência da Literatura, Faculdade de Letras da UFRJ.

Edição atual tal como 22h25min de 3 de Maio de 2025

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"Kristeva entende a palavra textual num contexto espacial: as palavras ligam-se umas às outras na frase e as frases entre si. Esse espaço textual está regido por relações que conjuntam três dimensões: o sujeito da escritura, o destinatário e os textos exteriores. Essas três dimensões desenham uma horizontalidade e uma verticalidade, isto é, a palavra textualizada concerne ao sujeito da escritura e ao destinatário, no primeiro caso; no segundo, está voltado para o corpus literário anterior e sincrônico. Quando essas dimensões se cruzam, tem-se a intertextualidade. Bakhtine chamava a esses dois eixos de diálogo e ambivalência. A tarefa da semiótica seria, para Kristeva, a de identificar os formalismos que traduziriam os diferentes modos de encontro das palavras (ou das sequências), no espaço dialógico dos textos" (1).


Referência:
(1) SILVA, Graça Maria Teixeira da. Historiografia e hegemonia na literatura brasileira: a perspectiva amazônica. Tese de Doutorado, 2001. Programa de pós-graduação de Ciência da Literatura, Faculdade de Letras da UFRJ.

2

"A contribuição de Bakhtine, no que toca à intertextualidade, recai sobre o desdobramento da subjetividade em comunicatividade: não basta se compreender o diálogo apenas como assunção da linguagem por um sujeito; ele é o lugar (a escritura) onde se lê o outro; com essa visão, tem-se o enfraquecimento da noção de 'pessoa-sujeito da escritura' e o advento da 'ambivalência da escritura'" (1).


Referência:
(1) SILVA, Graça Maria Teixeira da. Historiografia e hegemonia na literatura brasileira: a perspectiva amazônica. Tese de Doutorado, 2001. Programa de pós-graduação de Ciência da Literatura, Faculdade de Letras da UFRJ.
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