Pensamento

De Dicionário de Poética e Pensamento

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:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. . "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de \martin Heidegger". In: Revista ''Tempo Brasileiro'' 165, abr.-jun., 2006, p.10.
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:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista ''Tempo Brasileiro'' 165, abr.-jun., 2006, p.10.
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(Leão, 2006:10).
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Edição de 20h57min de 3 de março de 2009

Tabela de conteúdo

1

O pensamento não é, se por "é" entendemos um determinado ente em sua forma e conteúdo entitativo. O pensamento consuma a referência do Ser à Essência do homem. Neste referenciar, o pensamento se torna linguagem do Ser. A linguagem não é, dá sentido ético-poético ao agir do homem. E dando sentido é. O pensamento então é o Ser se dando enquanto linguagem no homem. Pensar é agir, é consumar a referência do homem ao Ser. Na referência o ser humano chega a ser o que é. E o que no ser humano é é o que lhe é próprio. Chegar a conquistar e realizar o que é próprio é o que se pode denominar: pensar.


2

"O pensamento con-suma a referência do Ser à Essência do homem. Não a produz nem a efetua. O pensamento apenas a restitui ao Ser como algo que lhe foi entregue pelo próprio Ser. O ser já se destinou sempre ao pensamento" (1). E se destinou como Linguagem. O Ser se pensa no pensamento como e na Linguagem. Na Linguagem se consuma a referência do Ser à Essência do homem.
Referência
(1) HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro:Tempo Brasileiro, 1967, p. 24


3

Pensamento é a reflexão em que vigora a renúncia a qualquer pretensão de convencer. "No âmbito do pensamento Essencial toda a refutação é uma nescidade" (1). O pensamento se entrega à renúncia para deixar a renúncia mesma falar. Quando a própria renúncia fala temos a vigência do pensamento. "Em seu dizer, o pensamento eleva apenas à linguagem a palavra impronunciada do Ser" (2).
Referência
(1) HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 59.
(2) Idem, p. 96.


4

"O entendimento da História nos convida para a Verdade do Ser, lá onde o estático e o dinâmico, o absoluto e o relativo, o divino e o humano, dão lugar ao Pensamento Essencial. Daí inter-essarem sempre as palavras de Heidegger:" (1)
"Transformar em linguagem cada vez esse ad-vento permanente do Ser que, em sua permanência, espera pelo homem, é a única causa (Sache) do pensamento. É por isso que os pensadores Essenciais dizem sempre o mesmo (das Selbe), isso, no entanto, não significa que digam sempre coisas iguais (das Gleiche)" (2)
Referência
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético - a história literária. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 59-60.
(2) HEIDEGGER, Martin. Sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1967, p.98

5

"“Se, para o conhecimento, o grande desafio está em conhecer o desconhecido, para o pensamento, o desafio é pensar o conhecido. Todo pensamento só pensa o já pensado no e pelo não pensado. Neste sentido, o já pensado é o que há de mais escondido e velado no e pelo conhecimento que gera. Se, para o conhecimento, esclarecer está em levar o obscuro para o claro, no pensamento se dá o contrário: esclarecer é levar o claro para o escuro, desmascarando o já sabido, ao revelar o não sabido. É nisto que reside toda a ironia socrática do não saber no saber†(1).
Referência
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro 165, abr.-jun., 2006, p.10.
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