Transcendência

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Tabela de conteúdo

1

"O ser humano não pode acontecer a não ser em ritos, que são a concretização de sua transcendência. Transcendência não é nenhuma representação simbólica, fora da realidade, não é uma supra-realidade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: ---. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 220.

2

"Transcendental é, segundo o significado imediato do termo, aquilo que se refere ao transcendente, à transcendência. Transcendente é o que ultrapassa, seja nosso ato de conhecimento, enquanto tal realidade transcendente é misteriosa, seja nossa consciência, enquanto ela é imanência, seja nosso mundo como totalidade. Transcendentais são conceitos cuja universalidade ultrapassa todas as formas diferenciadas do ser e que, portanto, valem de tudo o que, de alguma forma, participa do ser" (1).


Referência:
(1) HUMMES, Frei Cláudio. Metafísica. Texto mímeo distribuído no curso "Metafísica", por ele ministrado. Daltro Filho/Imigrantes, RS, em 1963.

3

"O “entre” é uma captação prévia, ou seja, é a intuição originária, é o próprio logos, de que falamos no item anterior. Então logos é mundo enquanto sentido e verdade. E, portanto, o mundo é o “entre” do Dasein, ou seja, do Entre-ser e do ser-com ou Mit-sein. A facticidade é então a nossa condição humana de sermos Entre-ser e Ser-com. À facticidade Heidegger chamou de transcendência ou mundo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 31.

4

"Uma vez que ele pergunta pelo ser, é sinal de que não sabe totalmente o ser, mas que pode e quer sabê-lo. Significa isto que o perguntador sabe o ser como transcendendo a si mesmo (i. é, ao perguntador) e ao seu saber, ou seja, o perguntador sabe da diferença ou transcendência do ser-na-sua-totalidade com respeito ao seu próprio ser" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.

5

"Ora, ser consciente de limites só é possível se eu sei acerca de algo que está além dos limites e que, limitando-me, se me opõe. Porém, este outro não pode ser o ser ilimitado que me ultrapassa, o ser como horizonte infinito. Pois, como ente finito, não sou capaz de exercer o ser ilimitado em si mesmo, mas somente o ser de entes finitos e através deste, indiretamente, o ser ilimitado, do contrário eu deveria ser o próprio ser ilimitado, ou não seria mais finito, mas espírito infinito. Portanto, este ser que me transcende para além de mim mesmo – e do qual preciso dar-me conta para dar-me conta de meus limites. – eu só posso saber acerca dele num ente finito, que não sou eu, mas que se me opõe como algo de outro. Somente na medida em que me dou conta do outro como outro, pode luzir em meu saber a diferença ou transcendência do ser ilimitado frente ao meu ser" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal. Já faleceu.
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