Lúdico

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "A [[presença]] constante, nas [[teorizações]] sobre o [[cômico]], dos dois [[aspectos]] em que o [[homem]] é encarado - [[espírito]] e [[corpo]] - levou-nos a considerar que em si tal [[oposição]] é parcial. O [[homem]] é um [[todo]], em que tais [[aspectos]] não são [[antitéticos]], não se somam nem se justapõem. Além do mais, no fundo, haveria três [[facetas]], que, para facilitar a [[compreensão]], chamaríamos de [[círculos]] ou [[esferas]]: o [[corporal]], o [[intelectual]] e o [[espiritual]]. As [[diferentes]] [[manifestações]] do [[lúdico]], do [[riso]] - o [[humor]], o [[cômico]], o [[satírico]], a [[ironia]], o burlesco etc. - surgiriam da predominância maior ou menor de um desses [[círculos]] ou [[esferas]], em seu inter-relacionamento. Daí a [[impossibilidade]] de [[definições]] que satisfaçam, porque a sua [[mutabilidade]] contínua e gradativa conjugação das [[esferas]] não permite a fixação de [[limites]] ou de [[definições]]" (1).

Edição de 20h54min de 13 de Agosto de 2020

1

"Para expressar o que é a ironia e o humor, Schopenhauer parte do conceito de seriedade. Esta é o oposto do riso ou da brincadeira. A seriedade surge da certeza entre o que se pensa e o que se vê. Ora, a piada é o lúdico intencional. A ironia será o lúdico escondido sob a seriedade. Inicialmente há uma concordância aparente para depois fazer surgir a incongruência. Já o humor, para ele, é o oposto da ironia: é a seriedade escondida sob o lúdico. Ainda distingue a ironia do humor, ao achar que a ironia é objetiva e se destina para o outro, enquanto que o humor é subjetivo, existindo primariamente só para a própria pessoa" (1).
Para maiores esclarecimentos, consultar: STAIGER, Emil. Conceitos fundamentais da poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O lúdico e o humano". In: ------. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 48.

2

"A presença constante, nas teorizações sobre o cômico, dos dois aspectos em que o homem é encarado - espírito e corpo - levou-nos a considerar que em si tal oposição é parcial. O homem é um todo, em que tais aspectos não são antitéticos, não se somam nem se justapõem. Além do mais, no fundo, haveria três facetas, que, para facilitar a compreensão, chamaríamos de círculos ou esferas: o corporal, o intelectual e o espiritual. As diferentes manifestações do lúdico, do riso - o humor, o cômico, o satírico, a ironia, o burlesco etc. - surgiriam da predominância maior ou menor de um desses círculos ou esferas, em seu inter-relacionamento. Daí a impossibilidade de definições que satisfaçam, porque a sua mutabilidade contínua e gradativa conjugação das esferas não permite a fixação de limites ou de definições" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O lúdico e o humano". In: ------. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 50.
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